quinta-feira, 25 de junho de 2009

Homem de Cor


Meu irmão branco... Quando eu nasci, eu era negro... Quando eu cresci, eu era negro... Quando eu vou ao sol, eu sou negro... Quando eu estou com frio, eu sou negro... Quando eu estou com medo, eu sou negro... Quando eu estou doente, eu sou negro... Quando eu morrer, eu serei negro... E você, Homem Branco... Quando você nasceu, era rosa... Quando você cresceu, era branco... Quando você vai ao sol, fica vermelho... Quando você fica com frio, fica roxo... Quando você está com medo, fica branco... Quando você fica doente, fica verde... Quando você morrer, ficará cinza... Depois de tudo isso, Homem Branco, como você ainda pode me chamar
de Homem de Cor?

O Que É Gramatica Descritiva?

A gramática descritiva é uma gramática que se propõe a descrever as regras de como uma língua é realmente falada, a despeito do que a gramática normativa prescreve como "correto". É a gramática que norteia o trabalho dos lingüistas que pretendem descrever a língua tal como é falada.

As gramáticas descritivas estão ligadas a uma determinada comunidade lingüística e reúnem as formas gramaticais aceitas por estas comunidades. Como a língua sofre mudanças, muito do que é prescrito na gramática normativa já não é mais usado pelos falantes de uma língua. A gramática descritiva não tem o objetivo de apontar erros, mas sim identificar todas as formas de expressão existentes e verificar quando e por quem são produzidas.

O Que É Gramatica Normativa?

Chama-se gramática normativa a gramática que busca ditar, ou prescrever, as regras gramaticais de uma língua, posicionando as suas prescrições como a única "forma correta" de realização da língua, categorizando as outras formas possíveis como "erradas".

Freqüentemente as gramáticas normativas se baseiam nos dialetos de prestígio de uma comunidade lingüistica e condenam especificamente as formas adotadas por grupos socio-economicos mais baixos.

Embora as gramáticas normativas sejam comuns no ensino formal de uma língua, a sociolingüística vem favorecendo o estudo da língua como ela realmente é falada, e não como ela "deveria" ser falada.

O que é o Projeto NURC?

Fundação
O Projeto da Norma Lingüística Urbana Culta foi criado, em âmbito nacional, em 1969, com a indicação dos coordenadores para as cinco cidades em que se desenvolveria o projeto, selecionadas de acordo com os seguintes critérios: ter pelo menos um milhão de habitantes e estratificação social suficiente para atender às exigências do projeto. A coordenação do projeto no Recife coube ao professor José Brasileiro Tenório Vilanova, titular de Língua Portuguesa na Universidade Federal de Pernambuco. No Recife, os trabalhos começaram oficialmente em 1971, com a seguinte equipe: Amara Cristina de Barros e Silva Botelho, Adair Pimentel Palácio, Edileuza dos Santos Dourado, Eneida Martins de Oliveira, Glécia Benvindo Cruz, José Ricardo Paes Barreto, Maria Núbia da Câmara Borges e Maria da Piedade Moreira de Sá. O Projeto NURC se insere na linha de pesquisa “Análise Sócio-Pragmática do Discurso, do PPGLetras.

Objetivo
O Projeto de Estudo da Norma Lingüística Urbana Culta (Projeto NURC) tinha inicialmente o objetivo de documentar e descrever a norma objetiva do português culto falado em cinco capitais brasileiras: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. A partir de 1985, considerando as novas tendências de análise lingüística, ampliou-se o escopo do projeto, no sentido de abraçar outros aspectos, tais como: análise da conversação, análise da narrativa, análise sócio-pragmática do discurso e outros.


As fabulas de Millôr Fernandes



  • Todos os países são difíceis de governar. Só o Brasil é impossível. (Millor Fernandes)


  • Canalhas melhoram com o passar do tempo (ficam mais canalhas.) (Millor Fernandes)


  • Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder. (Millor Fernandes)


Poesia Concretista

poesia em tempo de fome
fome em tempo de poesia

poesia em lugar do homem
pronome em lugar do nome

homem em lugar de poesia
nome em lugar de pronome
poesia de dar o nome

nomear é dar o nome

nomeio o nome
nomeio o homem
no meio a fome

nomeio a fome

Haroldo de Campos

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Características básicas

do concretismo

  • Ideograma: apelo à comunicação não-verbal.

  • Atomização: comumente as palavras são desmanchadas, criando outras significações.

  • Metacomunicação: simultaneidade da comunicação verbal e não-verbal.

  • Polissemia (muitos significados): trocadilho, justaposição de substantivos e verbos, aliteração.

  • Estrutura verbivocovisual: valorização do campo visual, do aspecto gráfico da letra, da cor e da disposição das palavras.